domingo, 12 de julho de 2015

A Primeira Vez: O Apartamento

A Primeira vez: A Série continua...

Bom dia a todos! Domingão de Sol.
Estou com sono ainda, mas vamos em frente!
Para não perder o controle da lista, vamos fazer uma atualização!
  • primeiro carro
  • primeiro apartamento
  • primeiro emprego
  • primeira internet
  • primeira demissão
  • primeira batida com o carro
  • primeira aprovação no vestibular (depois de duas tentativas, a terceira deu certo)
  • primeiro iPad
  • primeiro celular tijolinho
  • primeiro celular smart phone android de quase R$ 2000 (que absurdo!)
  • primeiro programa de computador
  • primeiro sistema vendido
O Primeiro Apartamento!
Como nem tudo vem na ordem lógica em nossas vidas, o primeiro carro veio antes do primeiro apartamento.
Nem tudo é planejamento e execução bem sucedidas!

O acontecimento da aquisição da moradia própria foi em Maio de 2009.
Esta conquista veio tomando forma na verdade, muito tempo antes.
Novamente vamos ao contexto para explicar melhor a história.
Voltando no tempo... em 1998!

Estava trabalhando para uma consultoria chamada Stefanini, em Porto Alegre.
Como em toda boa consultoria, era alocado direto no cliente.
Nesta época, era uma siderúrgica da Gerdau.
Lugar sensacional em termos de métodos e organização.
Aprendi muito lá dentro.

Mas eu estava inquieto, querendo maior salário, e para isso, sabia que precisava achar um cliente que pagasse mais.
Naquele projeto, eu trabalhava como analista de suporte pleno.
Mas eu sabia programar em sete linguagens diferentes.
Era um desperdício de capacidade, estar como suporte apenas.

Depois de algumas reuniões, meu gerente achou um novo desafio.
Havia uma necessidade de um analista experiente em ORACLE com MS Access.
O cliente era a Brasil Telecom.
Verdade seja dita... jamais havia trabalhado com nenhuma das duas tecnologias.

Meu gerente, como todo bom vendedor de consultorias, vendeu uma mentira.
Ele foi ao cliente, dizendo que tinha o "Ronaldinho" do Access e Oracle.
Veio até mim com duas bíblias, e me deu duas semanas para dominar todo aquele conteúdo!
E disse que se eu quisesse aumento de salário, teria que me virar para aprender tudo em pouco tempo.

Como autodidata deste criancinha, era mais que obrigação que eu devorasse aqueles dois livros e me apresentasse diante do cliente, com cara de Expert em Oracle e Access.

Duas semanas depois, lá estava eu como cúmplice da mentira do meu gerente.
Se estava nervoso? Claro que estava.
Mas um de meus talentos profissionais é jamais demonstrar qualquer emoção no trabalho.
A entrevista correu perfeitamente.

O gerente de TI me achou um verdadeiro "Coringa".
Dito e feito.
Fui aprovado e durante 36 meses, trabalhei com sete tecnologias diferentes dentro da empresa.
Entrei como analista de sistemas e sai como coordenador de projetos.

Foi um dos melhores lugares onde trabalhei, por ter sido sempre desafiado a fazer mais e melhor que os colegas.
E com uma cereja no bolo... eu era o ÚNICO sem diploma no departamento.
Deixei colegas com mestrado e doutorado para trás nos projetos em que fui alocado.

E o melhor de tudo, barrei a entrada da gigante R3 Alemã, que faz o mega sistema SAP.
Um dos meus projetos de gerenciamento de obras, onde fui responsável por sua migração de Access para Oracle, barrava o módulo de materiais e orçamentos do SAP.
Em termos de grana, isso representava uma economia de US$ 500.000 por ano!!!
E pensar que eu ganhava R$ 2000 por mês.

Foram três anos de bons resultados.
Mas durante este período, tivemos problemas.
Passei por CINCO consultorias lá dentro.
A Brasil Telecom chegou a querer me contratar como funcionário deles.

Mas não rolou porque eu não tinha diploma em TI.
Ridículo, pois eu era melhor que muitos dos funcionários deles, mas a burocracia falou mais alto.
No último ano, 2000, nos avisaram que o departamento inteiro de TI iria fechar.
Seriam nove operadoras no país, a ser migradas para Brasília.

Poucos seriam contratados, e a maioria iria para rua.
Infelizmente eu estava na maioria.
Foram 36 meses felizes.
Mas os últimos 8 nem tanto.
Fomos explorados ao máximo para fazer uma migração gigante de sistemas, para deixar tudo prontinho para o pessoal de Brasília ficar com a base herdada de dados para os novos sistemas.

Nestes oito meses, muita coisa ruim aconteceu.
Muitas horas extras foram obrigatórias... e nada de direitos trabalhistas respeitados.
Nos prometeram um bônus de seis meses de salários para quem ficasse com eles até o fim das migrações.

Isso ocorreria em Fevereiro de 2001.
Pois bem, fiz todos os sistemas que estavam sob minha responsabilidade, migrarem para a base de dados da matriz em DF.
Fiquei pessoalmente em Brasília por 15 dias, para garantir que o processo fosse bem feito.

Ao voltar... a surpresa negativa. Me fizeram pagar as despesas do hotél no período.
E como se não bastasse este fato, me dispensaram em Novembro de 2000.
E com isso não cumpriram a palavra de pagar os 6 salários extras de bônus, alegando que não fiquei até o fim do período.

Minha culpa? Quem mandou eu terminar todos os meus projetos, três meses antes dos outros?
O prêmio por minha capacidade foi essa puxada de tapete.
Pois bem... qual minha resposta?
Um processo trabalhista!

Por isso que meu primeiro apartamento começou a ser construído neste ano de 2001.
Contratei um bom advogado.
Ele me explicou todos os meus direitos.
A causa foi montada sob horas extras não registradas, vínculo empregatício por todos os 36 meses.

Depois de várias audiências, e recursos, ganhei a causa em 2008.
O momento era o mais apropriado!
A proprietária do apartamento que estávamos morando, queria vender!
E havia nos avisado que teríamos que nos mudar, caso aparecesse algum comprador.

Foram meses tensos.
Mas tudo acabou acontecendo na hora certa.
Recebi a grana da causa.
E pude comprar este mesmo apartamento que estava morando desde 2006.
O mesmo com a garagem do primeiro carro!

Foi comprado com 25% de financiamento pela Caixa, mas tudo bem.
Fui pagando as parcelinhas, até quitar tudo três anos depois.
Valeu muito a pena, estar livre de aluguél.
Pena que o condomínio é uma droga, graças ao grupinho de síndica-conselho e moradores tapados.

Nem tudo pode ser perfeito!
Mas tudo bem, a primeira moradia, a gente nunca esquece!
E claro, que tem que rolar uma personalização sob medida!
A cozinha foi de minha autoria!





















Vista da minha janela! Não tem preço!



















Ótimo domingo a todos!

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