sexta-feira, 17 de julho de 2015

A Primeira Vez: Batida com o carro

Quem nunca fez uma dessas?

Bom dia ao clube super exclusivo de leitores deste espaço cibernético.
Hoje é sexta!
Finalmente esta semana chata está terminando.
E o tópico é bem legal!
Avançando na listinha...
  • primeiro carro
  • primeiro apartamento
  • primeira vez que ouvi Pink Floyd !!!
  • primeiro emprego
  • primeira internet
  • primeira demissão
  • primeira batida com o carro
  • primeira aprovação no vestibular (depois de duas tentativas, a terceira deu certo)
  • primeiro iPad
  • primeiro celular tijolinho
  • primeiro celular smart phone android de quase R$ 2000 (que absurdo!)
  • primeiro programa de computador
  • primeiro sistema vendido
Quem já aprontou com seu carro, pode levantar a mão!
Ou pode enviar comentário no blog também.
Todos são bem vindos a promover uma interatividade por aqui.
Batizadas em garagens ou estacionamentos por aí são coisas da vida.

Mas hoje quero relembrar a minha primeira vez, fazendo merda em via pública!
Fuck Yeahhhhh!
Até os melhores pilotos fazem besteiras em momentos de inspiração divina.
Isso mesmo, modestamente, me considero um ótimo motorista.

Certamente, o melhor a por as mãos no meu carro.
Especialmente por que não deixo ninguém mais fazer isso mesmo! (Hahaha)
O mais interessante é como sabemos escolher bem a hora de fazer as idiotices.
Resolvi experimentar as emoções de um acidente de trânsito no exato dia em que havia feito a vistoria do seguro renovado do carro.

Estava saindo da oficina da seguradora, todo contente por estar com o seguro renovado.
Aquela sensação feliz de estar pagando 10 parcelas de R$ 286 para o Itaú.
Este foi o último seguro que fiz para o carro, em 2012.
Realmente existe este fator psicológico de ter um seguro.

Mas no fim das contas, é bobagem.
Acostumei super bem a estar sem seguro algum.
Viram como é bom ficar sem emprego?!?!
Você aprende a desapegar de coisas bobas como seguro de carro!

Então, dirigindo feliz pela avenida da oficina, foram alguns minutos até chegar em um "balão" para seguir a direita, rumo a um supermercado ou a um shopping.
Honestamente esqueci desta parte... para onde raios eu estaria indo?
Mas como todo e ótimo motorista educado, eu deixo a preferência para todos que estão fazendo o maldito "balão" (rotatória em alguns lugares).

Ali passa uma jabiraca fedida, enferrujada, e infestada por 4 manos.
Quem é de SP vai entender a parte dos manos, corintianos sofredores ô meu!
A coitada da Ford Belina ano de 1900 e alguma coisa fazia uma fumaça as vezes.
E balançava que era uma beleza.

Daquelas visões do inferno que já te irritam apenas de estar perto.
Imagine então estar bem atrás de uma coisa destas.
E os 4 manos fazendo a maior farra dentro.
Pensei... isso vai dar merda... vou tirar o pé do acelerador e deixar alguém me passar...

Deveria ter freado mesmo!
E sim, deixar algum carro de madame rica que trai o marido, ficar entre eu e a jabiraca.
Estávamos chegando perto da quadra do supermercado.
E os "manos" retardados resolveram olhar para trás... e ficaram me provocando.

Faziam paradas na minha frente, para ver se eu bateria neles.
E faziam isso bem no meio do quarteirão.
E aquilo foi me irritando...
E não tinha espaço para passar os malas...

Foi que chegamos no sinal vermelho.
Ai começaram a acelerar o carro, com o freio de mão puxado!
E olhando para trás, com cara de quem diz... tenta me pegar quando o sinal abrir.
O problema foi que o sinal abriu...

E os filhos da puta continuaram a fazer a gracinha com o freio de mão...
Aí... sangue fervendo... enfiei o pé!
Mas virei todo o volante para a direita e soltei a embreagem.
Motor bom de 1.8 tem um belo arranque.

O que ouvi logo após soltar a embreagem foi... na ordem...
- pneus cantaram
- minha mãe ao lado gritando
- uma pancada em um Mercedes...

Pronto!
A merda estava feita.
Eu havia olhado apenas no espelho retrovisor interno, para ver se tinha alguém atrás.
Mas não fiz o mais importante... olhar para o lado antes de jogar o carro.

Que ódio.
Bati a lateral do carro em um caminhão daqueles de entrega de mercado.
Um Mercedinho leve.
Mas foi o suficiente para estourar o pneu direito.
Vez um "V! na roda de liga leve.

E a cereja no bolo...
Os desgraçados da jabiraca arrancaram as gargalhadas.
Foi perfeito.
Não sabia se gritava de ódio, se sairia a pé mesmo correndo atrás deles e surrava cada um, ou se abria um buraco no chão e me enterrava de vergonha.

No calor do momento, eu não sabia o que fazer.
O motorista do Mercadinho arrancou deixando um pedaço da lateral dele no chão, e parou bem na frente do supermercado.
Minha mãe estava bem, felizmente, pois me xingava direto.

Liguei o carro, com medo de que o estrago fosse enorme.
Nunca havia passado por experiências assim antes.
Portanto sempre achamos que o mundo está acabando.
O carro ligou.

Fui me arrastando com o pneu furado para a calçada, parei na frente do caminhão.
Tinha medo até de olhar para ver o estrago.
As pernas estavam confusas. Não queriam se equilibrar.
E a vergonha! Tinha um monte de gente olhando... e rindo.

Você se sente o lixo nestas horas.
Reuni forças para caminhar em volta do carro.
Foi uma surpresa.
O pneu já era. A roda precisaria ser recuperada.

Mas na porta da mãe, NENHUM arranhão!
Nada mesmo! Sem marcas.
Foi um alívio.
Nem sei quanto custaria aquela porta.

Apenas o espelho, custava naqueles dias, uns R$ 650.
Mas estragou o para-lamas.
Teria que reformar e pintar o para-choque dianteiro todo.
Fui falar com o motorista do caminhão, sem a menor idéia do que dizer.

Eles olharam o caminhão e disseram que a culpa foi minha mesmo, óbvio.
E que como o estrago maior era no meu carro, não precisava fazer nada quanto ao caminhão deles.
Apenas ligaram para o patrão, informando que foram atingidos por um louco na rua.
E foram embora.

Minha cabeça ainda rodava... e aquele povo todo me olhando...
Voltei para o carro, sem saber se poderia rodar com ele daquele jeito.
Felizmente tinha uma oficina da Bosch logo na frente.
Fui caminhando até lá, e chamei um mecânico.

O rapaz veio com toda calma do mundo.
Olhou a roda, olhou a suspensão e disse que para ter certeza, tinha que levantar o carro.
Ele queria que eu dirigisse.
Então fiz algo novo...

Pedi a ele que levasse o carro para a oficina...
E fiquei olhando com tristeza, o resultado da batida...

O medo era grande de que tivesse quebrado mais coisas além da roda...
Se tivesse estragado a suspensão ou mesmo direção, estava ferrado.
Ai teria que fazer uso do seguro mesmo.
E nem isso eu sabia como funcionaria.

Fui caminhando, a meio Km por hora na calçada da fama...
Todo mundo adora dar risadas da desgraça alheia!
Povo vagabundo!
Entrei na oficina e já colocaram o carro na balança.

Para a minha sorte, meu carro foi produzido nos anos 90.
Se fosse os de hoje, teria quebrado tudo feito janela de vidro.
Carros mais antigos eram feitos para aguentar tranco e durar por décadas.
Não estragou nada na suspensão!

E sequer o alinhamento foi afetado.
Trocaram o pneu e não quiseram me cobrar nada.
Pude voltar para casa, apenas com sentimentos feridos.
O carro nem tremia ou vibrava.

Estava ótimo para dirigir.
Mas a reputação do ótimo piloto estava arrasada.
Ainda morria de vergonha da merda que havia feito.
E mais vergonha do amassado na roda e lateral.

A mãe queria que eu acionasse o seguro.
E a vergonha de voltar na oficina da vistoria ?!?!
Não haviam se passado sequer duas horas.
E iria voltar lá com o carro batido?

Nem pensar.
Não quis acionar o seguro.
Resolvi pagar eu mesmo pela burrada.
Era como se estivesse me punindo.

E foi merecido.
Não tratei meu carro como deveria, arrisquei a minha mãe pois a batida poderia ter sido bem pior.
Portanto tinha sim que doer no bolso.
Apenas pintura e funilaria custaram R$ 1300.

O pior foi que não dava para comprar apenas um pneu que rasgou.
Teria que comprar dois, para não afetar o balanceamento com um pneu mais velho que o outro.
Ai foram mais R$ 560 para a conta.
Refazer a roda era o mais legal, e baratinho.

Tem um lugar aqui perto que só faz este tipo de trabalho.
Cobram R$ 50 por cada roda, e ela volta novinha e pintada!
Fica incrível o serviço.
Quase mandei fazer as quatro.

Depois de uma semana, pude ter o carro em ordem novamente.
Mas ainda dirigia com extremo cuidado, olhando dez vezes para todos os lados.
Achei que jamais voltaria a dirigir normalmente.
A culpa me seguiu por meses.

Fazendo as contas, a porcaria da franquia do meu seguro era de R$ 2800.
Ou seja, mesmo que tivesse levado o carro na oficina, o estrago seria inferior ao valor necessário para o seguro cobrir.
Aí que comecei a pensar sériamente, que a porcaria do seguro só vale a pena em caso de roubo ou perda total.

Lembrei de um colega dos tempos de escola.
Ele contava que seu pai advertia sempre.
Se for bater o carro, faça o favor de capotar e destruir bem!
Era para dar perda total mesmo, assim ganharia outro.

No meu caso, isso não se aplica.
Não existe outro que substitua meu filhote sobre rodas.
Este carro já se tornou objeto de colecionador, item pessoal e intransferível.
E depois daquela estupidez, nunca mais tive outro evento parecido.

Mas tem coisas que não podemos evitar.
Infelizmente ele está cheio de marcas e arranhões vindos dos estacionamentos de shopping e mercados.
Isso que dá morar em país, onde o povo sobre rodas jamais toma cuidado com o que é dos outros.
Povo mau educado é assim mesmo.

No dia em que ganhar na loteria, irei mandar pintar o carro inteiro.
Vai ser uma alegria, ver ele de vermelho renovado!
E as faixas brancas que hoje são adesivos, se tornarão tinta mesmo!

Ao lerem este post, pensem bem em sua conduta ao trânsito.
Pensem que mesmo que vocês sejam ótimos ao volante, isso não basta.
Jamais poderemos evitar que algum retardado venha a se jogar em cima de vocês.
Aprendam a deixar meio carro de espaço a sua frente.

Direção defensiva faz bem a saúde física e financeira.
Ótima sexta!

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