quarta-feira, 15 de julho de 2015

A Primeira Vez: A Internet

A Primeira navegada...

Bom dia à todos!
O post de hoje será escrito com menos sono e preguiça.
Mas ainda com dores resultantes de uma teimosia.
Nunca menosprezem uma unha encravada, no dedão do pé.

Fiz isso na semana passada, e há duas noites seguidas, estou pagando o preço.
Noite sem dormir não tem preço!
É um inferno.
Tudo piorou de vez depois da caminhada, lógico.

Fui fazer pouco caso de uma maldita unha, e até infecção deu no raio do dedão.
Fiz um belo exagero com o curativo, feito por minha mãe, que não perde uma chance de fazer o papel de enfermeira terrorista com utensílios de tortura!
Pé enfaixado, como se fosse uma pequena fratura. (Hahaha)
Mas a faixa ajudou bastante para dormir, pelo menos.

Atualizando a lista...
  • primeiro carro
  • primeiro apartamento
  • primeira vez que ouvi Pink Floyd !!!
  • primeiro emprego
  • primeira internet
  • primeira demissão
  • primeira batida com o carro
  • primeira aprovação no vestibular (depois de duas tentativas, a terceira deu certo)
  • primeiro iPad
  • primeiro celular tijolinho
  • primeiro celular smart phone android de quase R$ 2000 (que absurdo!)
  • primeiro programa de computador
  • primeiro sistema vendido
Minha interação com a Internet, chamada no início por World Wide Web, foi em 1993, na faculdade.
Era apenas o início de uma relação que tomou conta da minha vida, e de quase todo o resto do mundo.
Naquele tempo, era realmente coisa de NERDs.
Apenas grandes empresas e centros acadêmicos tinham acesso à rede.

E para os mais novos, não pensem que era algo parecido com o que temos hoje.
Era uma rede de textos mesmo.
Somente textos em tela com fundo preto, e letrinhas verdes!
Nada de imagens, gráficos, áudio e muito menos vídeos.

O acesso era restrito, com muita briga para conseguir reservar uma horinha na sala dos laboratórios.
A novidade era tamanha, que não tínhamos laboratórios específicos para Computação ainda!
O terminal para usar a rede estava na biblioteca mesmo!
E tinha que agendar com antecedência de uma semana para o uso.

Naquele lugar que me acostumei com o barulho único dos modems.
Era um tesão só!
Vibrávamos ao ouvir que a conexão funcionava!
Fazer um download de algum texto durava MINUTOS, e isso para poucas páginas.

Mas a minha primeira vez mesmo, considero a que aconteceu em minha casa, no meu computador.
Isso demorou um pouco.
Esperei alguns anos para ter uma linha telefônica em casa.
Naqueles anos, comprar um telefone era como comprar ações da companhia telefônica.

Havia lista de espera, que demorava anos para ser atendida.
Comprei o meu primeiro PC dentro daquela empresa de Agribusiness onde fazia estágio.
Apareceu um vendedor lá, tentando fechar negócio com todo mundo.
Eu fui um dos poucos corajosos, ou louco mesmo, que topei financiar um PC.

Isso mesmo, foi financiado em 24 vezes!
E só comprei, porque o cretino do gerente operacional, havia prometido que eu seria efetivado como funcionário, nos meses seguintes.
Isso que dá confiar na palavra de gerente.

Eu contava com um aumento no salário, para poder pagar as parcelas do computador.
Que empolgante foi ao descobrir que não seria contratado, e a bolsa de estágio seria renovada.
Resultado foi que já na segunda parcela do PC, não pude pagar.
Fiquei endividado com ele, por quase dois anos.

A chegada do telefone, foi quase ao mesmo tempo do PC.
A empolgação era tamanha, que a primeira coisa que fiz com o telefone instalado, foi uma conexão do modem do PC!
Não foi uma ligação para parentes ou algo assim.

Monopolizei a linha por horas, no primeiro dia!
Naquele tempo, tudo que fosse feito na rede, demorava.
Só existia uma coisa que acontecia em tempo real: CHATS !!!
E sim, eu conversava muito por chats naquele tempo.

Foi a primeira coisa a ser utilizada no meu PC conectado: O ICQ!
Os mais antigos saberão o que era aquele barulho de navio, ao conectar o ICQ.
Era o programa de chat mais utilizado na época.
No mundo todo.

Eu conversava com pessoas de todo lugar, menos do Brasil.
Achava muito mais interessante trocar idéias com pessoas de diferentes culturas.
Era muito divertido ver as perguntas que as pessoas da Europa faziam.
Realmente a imagem do brasileiro lá fora, era bem restrita a carnaval e futebol.

Creio que demorou mais de um ano para que eu começasse a conversar com pessoas no Brasil.
Além de chats, o que mais rolava naquelas conexões discadas eram textos de tecnologia e economia mesmo.
E, não poderia ser diferente, jogos!

Era muito interessante fazer um download de demonstrações de jogos.
Utilizávamos aquelas caixas de disquetes 5.25 polegadas.
Precisava de dez discos para armazenar uma cópia de uma simples demo!
Fiz uma cópia do primeiro Need For Speed em 8 horas! Escondido na empresa!

O uso da Internet em casa, era diferente do atual.
Por várias razões.
Navegador era um programa mais complicado de usar.
Eu adorava o Navigator 2.0 da Netscape.

Bons tempos em que a Microsoft apanhava feio na rede.

Passava a maior parte do tempo baixando programas para aprender a usar, e conversando nos chats.
Muita pesquisa, era estritamente com finalidade profissional.
O lazer vinha em segundo plano.
Até que descobri outro tipo de público nos chats.

Passei a conversar com as "gurias".
E o chat virou ponto de encontro.
E como rolava encontro naquela época.
Solteiro, com tempo e disposição para conhecer pessoas... foi um período fértil.

Cheguei ao ponto de "sair, ficar, virar a noite na casa das loucas", com uma menina diferente a cada sábado.
Este período mais, digamos promíscuo, durou 2 meses.
Aí parei para pensar e desisti da vida de "galinha".

Eu nunca fui fã de baladas ou sair a noite, e muito menos tive cara para ficar "xavecando" as meninas por aí.
Sempre achei meio cínico o papo de chegar para uma garota, dizendo um monte de frases feitas.
Isso deve explicar o fato de que todas as minhas namoradas, foram conhecidas teclando.

Sim, a Internet me trouxe um universo de experiências, através de pessoas novas, empregos e conhecimento.
Eu parava de usar chats, somente nos períodos em que estava namorando.
Nunca curti essa coisa de "virtual x real".
Considerava que o virtual era um erro de linguística.

Sempre tratei todas as pessoas com quem interagia pelo teclado, como gente de verdade.
Ao longo dos anos, percebi que eu fazia parte da minoria neste aspecto.
Era comum ouvir comentários de que eu teclava como falava.
Para mim, o teclado era apenas a extensão da mente ao se comunicar, oras.

A internet foi evoluindo, ficando mais rápida, mais áudio visual.
Hoje podemos fazer muito mais, em menos tempo.
Mas também aumentou a velocidade de fazer estragos.
Depende de quem usa, e como usa. Para o bem e para o mal.

Acho que antigamente, era melhor no aspecto intelectual.
Naquele tempo, somente pesquisadores, cientistas e estudantes faziam bom uso da rede.
Hoje... pagodeiro vem lançar seus novos "Hits - Merdas" no Youtube!
Quanto lixo temos que testemunhar na rede...

Infelizmente, para muita gente, Internet se resume a facebook, whatsapp e twiter.
Chega a dar pena, do tamanho de desperdício tecnológico.
Ao menos o Google é muito utilizado por pessoas que ainda buscam aprender coisas na rede.
Felizmente!

Minha utilização da rede hoje, está mais voltada para o lazer do que pesquisa, como fora nos primeiros anos.
Divido meu tempo com Google, blog, sites dos esportes que acompanho, notícias, filmes para baixar, séries para baixar, cinema e música.

Chats? o que era o maior vício no começo, hoje inexiste.
Em primeiro lugar, nunca entrei quando namorava.
Em segundo lugar, chat em Campinas é coisa exclusiva para a turma GLS.
Foi a primeira coisa que descobri ao mudar para cá.

Só entra em chat nas salas de campinas, a galera dos passivos procurando os "versáteis".
Nunca foi minha praia.
Sendo politicamente correto, cada um que curta as coisas que mais gosta. 
Não sou contra a opção sexual de ninguém.

Por muitos anos, pude fazer bom uso da rede ao trabalhar em casa.
O Home Office só se tornou possível graças a Internet com banda larga.
Disso eu sinto falta mesmo.
Estar sem emprego, é uma merda em todos os sentidos.

Mas poder trabalhar em casa, é o melhor dos mundos, para quem foi tão acostumado a usar a rede há mais de 20 anos.
Ao meu ver, minha produtividade em casa, foi muito maior do que nos tempos de trabalho dentro das empresas.

A lamentar, o fato de que raras empresas investem nesta modalidade, aqui no quinto mundinho brasileiro.

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