quinta-feira, 28 de abril de 2016

Terra de Ninguém

Uma história de "entreguismo"

Bom dia aos leitores assíduos de nosso Red Planet Ex PEA!
Diário de Bordo Estelar #325 chegando com "internal affairs" agrícolas.
Novamente sob ótima influência de comentários do Mestre Duílio no Fb.
Veio a lembrança de fatos antigos e recentes.

Durante a década de 90, era comum discutir na escola, com professores e colegas.
O tema era recorrente: A exploração dos recursos e mão de obra barata deste país.
Tal exploração se dava sempre através de empresas estrangeiras.
Americanas em sua maioria.

Os fatos eram simples.
Empresas vinham para cá, faziam uso de nossos recursos naturais, e o produto era delas.
O capital intelectual era delas.
As patentes por descobertas, era delas também.

Ficava a sensação de que tudo por aqui, era para ser alugado pelos outros, de fora.
Não tínhamos o domínio da tecnologia, o famoso "Know How".
Era engraçado, pois já existiam as faculdades de ciências e tecnologia por aqui.
E estas eram antigas até.

Sempre tivemos o hábito de reclamar dos governos, e dos patrões.
Mas era raro, alguém ter a clareza nos argumentos, e capacidade de enxergar ao longe.
Não éramos explorados apenas por governos e patrões.
Os maiores donos do capital, eram estrangeiros!

No fundo, já estávamos sendo "arrendados" por muitos anos, e assim permaneceríamos.
E não sabíamos como e nem porque...
Nossos governantes nos vendem, desde a década de 50.
Fato incontestável. Basta pesquisarem para entender.

Sempre dissemos que o Brasil era colônia dos EUA.
E era mesmo.
Hoje não e mais assim.
Somos colônia de quem quiser chegar aqui, com um pouco de grana nas mãos.

Empresas de várias nacionalidades, exploram nossos recursos.
Pode parecer uma modalidade natural de negócios.
Mas o fato é que nenhuma destas corporações gigantes vem aqui para investir.
Elas vem para lucrar com economia de escala e baixos custos de produção.

Elas não vem aqui para melhorar a qualidade de nossa mão de obra.
Não vem para desenvolver a qualidade de vida das cidades onde estão instaladas.
Nossa realidade é que os governos tem nos vendido como gado super barato!
E não vendem apenas o gado, mas a terra também.

Em 2012, tive uma breve passagem por uma empresa agro-pecuária.
Em um dos dias de trabalho, tivemos uma ilustre companhia no almoço.
Infelizmente não peguei um cartão ou sequer o sobrenome daquele senhor.
Ele nos foi apresentado como "Marcos, o quinto brasileiro mais rico do país".

Ele estava fechando negócios com o dono da empresa.
Havia vendido algumas fazendas no Pará, para utilização de plantação de milho.
Um senhor super simples, direto na fala, sem arrogância.
Nos contou que o nosso "patrão" estava fazendo péssimo negócio, ao escolher o milho.

Disse que as terras eram ótimas, mas não para ele plantar.
Segundo ele, o grande negócio era comprar a terra, e deixar os Chineses cuidarem dela!
Foi uma revelação, sobre a nova forma de exploração de nossos recursos.
O governo permitia (e ainda o faz) que os Chineses viessem aqui, "arrendar nossas terras".

Várias famílias, enviadas por empresas Chinesas estavam "invadindo" nossas fazendas.
Eles tinham contrato de uso da terra, por várias décadas.
E toda produção que fosse obtida, poderia ser exportada de volta para a China.
Ou até poderia ser vendida para consumo nacional, se o preço fosse melhor...

A história se repetindo, como sempre.
Antigamente, vendíamos Cacau a preços de banana, para importar Chocolates caros.
Era normal entregar a matéria prima, para importar os produtos industrializados.
Agora, emprestamos nossas terras, para outros países obterem os frutos dela!

Essa porra aqui continua sendo Colônia!
E mudam a cara e cor dos governantes, mas nunca muda o nosso "status" de SENZALA!
Depois ainda vem coxinha gritar na tela da Globo, que é brasileiro com orgulho!
O orgulho dessa gente é imenso, tal qual sua ignorância.

Carpe Diem!


Um comentário:

  1. É Cristiano: eu sou internacionalista, mas não de um jeito vulgar como este totalmente assimétrico. Ou seja, qualquer negócio que vejo sendo feito com a China enche-me de apreensão, uma país de governo ditatorial, explorando vergonhosamente o projeto humanitário do marxismo original, explorador dos produtores do mundo inteiro, destruidor do emprego na Europa, pois "os chineses adoram trabalhar 350 dias por ano, 14 horas por dia", todos aqueles chavões explicativos do dumping social, e por aí vai. Eu até diria que nem dá para considerar a China como um "país amigo".

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