sexta-feira, 15 de abril de 2016

Passeando por ares Mineiros

Friday´s Tales #9: Barbecue deep in the jungle


Bom dia aos observadores do Retirante Red Planet Ex PEA!
Diário de Bordo Estelar #312 está no ar, direto da terra do pão de queijo.
Novamente com um post editado previamente, e carregado corajosamente...
Isto porque foi com uma modesta conexão do pacote de dados da Claro...

Fazer o Sony Vaio se entender com o Sony Xperia parecia ser mais fácil.
Um deve acreditar que o outro é um ponto de conexão Wi-Fi.
Como seria bom se funcionasse sempre a contento!
Mas foi o recurso disponível no momento.

Com este mesmo clima em mente, veio à inspiração para o conto das sextas-feiras.
Novamente, faremos uma viagem de 25 anos, ao passado.
Foi uma diversão na Selva Mineira, interior do interior, cidade chamada Ipuiuna.
Uma de minhas tias morava em uma pequena propriedade rural.

Treinamento militar é de grande ajuda, para churrascos no mato!

Foi uma de nossas raras, porém sempre divertidas visitas à Tia Catarina. Por morar no Sul, não era sempre que tínhamos oportunidade para ir ver os parentes do interior do interior. O costume era ir uma vez por ano para Pouso Alegre-MG, onde a maioria dos parentes morava. Em algumas destas visitas, esticávamos o passeio para dentro da selva! Pena que não existiam os celulares ou câmeras digitais naqueles dias. Muita diversão se perdeu naqueles eventos. Cada vez que visitamos aquela tia, era com um grupo diferente de irmãs ou irmãos. Meus tios neste caso. 

O evento em questão foi um churrasco para quase dez pessoas. Levamos quase tudo o que era necessário para fazer tudo dar certo! Não contávamos com as forças da mãe natureza. A churrasqueira foi uma obra de arte. Eu e meu tio (e padrinho na época), construímos a parte importante do evento, no chão, com tijolos. Clima ultra barroco no ar, e claro, com aquela disposição para comer logo! Tocos de madeira de fogão à lenha foram a base do fogo amigo! Tudo estava indo de acordo com o planejado, e a fome aumentando! No principio, o Sol nos castigava, em meio à fumaça e chamas.

Quando a diversão realmente começou, com as carnes ao fogo, veio a escuridão. Ventos e nuvens carregadas nos cobriram. As tias, protegidas dentro da casa, só se lamentavam. Diziam que teriam que acender o fogão a lenha, e transformar o churrasco em assado de panela ou forno... Uma tragédia! Não poderíamos deixar aquilo se perder, de forma alguma. A chuva havia começado, e o fogo estava ameaçado. Logo vieram retirar os espetos da churrasqueira improvisada. Neste momento de emergência, o treinamento militar de meu tio, se fez útil finalmente. Com uma disposição e determinação impares, fomos para a cozinha, e saímos armados de facões.

Saímos da casa, e fomos rumo à mata fechada. Seguimos uma trilha, meu tio, o primo e eu, com o objetivo de encontrar e cortar bambus e folhas de bananeira. Devido ao local em questão, foi tarefa até fácil para o pequeno grupo, que retornou cheio de esperanças, para o local da fogueira, quase extinta! Ao chegar, novamente a liderança de nosso ex-militar foi oportuna. Meu tio nos ensinou a construir uma cobertura com as folhas de bananeira! Parecia um trecho do filme Predador, em meio à mata fechada! Para minha surpresa, a cobertura não apenas funcionou, mas chegou a tempo de manter o fogo acesso. Fomos buscar as carnes na cozinha, para a surpresa geral das tias presentes!

Nosso retorno à fogueira foi digno de tropas romanas do Império. Devoramos alguns espetos ali mesmo em volta do fogo. Nestas alturas, minhas tias já temiam pelo pior! Iriamos dar conta de tudo, antes delas verem a cor do churrasco! Foi uma aventura, ao perceber que a cobertura havia funcionado tão bem, e estávamos suados, molhados de chuva, mas com aquela sensação de vitória e missão cumpridas! Até os dias atuais, considero aquele como um dos melhores churrascos que já pude apreciar! Ninguém acreditou que iriamos terminar o evento, da forma que conseguimos. Pequeno detalhe, mas não abandonamos a churrasqueira enquanto o fogo existia.

Jamais fui um admirador da vida na selva, mas confesso que me diverti muito naquele evento.
Creio que para passeios de férias, seria ótimo repetir tudo aquilo.
Mas para morar, não daria certo!
Ao contrário de minha família, não tenho vocação para fazendeiro!

Meus bichos preferidos são pequenos, domésticos, usam Wi-Fi, placas de circuito ou gasolina!
Os ares mineiros fazem bem, de qualquer forma, para fugir do estresse, trazer boas memórias.
A estrada até aqui, ajuda, com trechos sinuosos e cheios de montanhas e verdes intensos.
Pena que o asfalto todo esburacado, mostra o descaso de seus governantes.


Carpe Diem!

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