sexta-feira, 1 de julho de 2016

Happy Friday at London

Friday´s Tales #19: Tennis e a Chuva...

Boa tarde ilustres observadores do nosso Red Planet Ex PEA!
Diário de Bordo Estelar #389 chegando ainda sem o almoço, atrasado!
Hoje foi dia de esquecer de exames! Logo o que fizemos o favor de esquecer...
Felizmente, ainda existem pessoas "do bem" em órgãos públicos!

Permitiram que, mesmo com um atraso de uma hora e meia, fosse realizado o Raio-X.
Menos mal, pois correríamos o risco de esperar outro no ano que vem.
Ainda faltam 13 dias para minha fisioterapia, imagine se esqueço o dia também...
Não adianta existirem agendas e facilidades do Google, se a besta aqui esquece!

Dia animado mesmo está em Londres, nas gramas sagradas.
Várias partidas, sendo interrompidas pela chuva, e reiniciadas até por três vezes!
Jogadores devem estar amando muito, tudo aquilo!
E quem assiste pela Tv, também não gosta muito...

Porque fui gostar de Tennis
Para quem vive em uma terra onde só falam de Carnaval, Futebol e Política ( e mau da vida alheia também parece ser o esporte amado ), qualquer coisa fora deste ambiente seria estranho. Acho muito bom não ter o mesmo gosto da maioria. Nunca aturei samba ou carnaval. Não sou nem um pouco fã do evento ou mesmo das melodias. Desde pequeno, já estava mais interessado em Rock Progressivo Britânico mesmo. Ainda bem! Mas o gosto por Tennis foi um grande acaso. Quase acidente na verdade. Não era algo que tivesse apelo na mídia dos anos 80 ou 90. Esporte na Tv era mesmo F1 e futebol ( sim, tive estas fases ).
Mas lá pelos anos 90, primeiro semestre de 94 para ser mais preciso, havia uma obrigatoriedade de se matricular em uma disciplina de Prática Desportiva. Uma destas exigências acadêmicas que podem, ou não, ser úteis em nossas vidas. No meu caso foi ótimo! Por fazer parte dos créditos obrigatórios, era melhor fazer logo no começo do curso. Saudades da Economia da UFRGS. Bons tempos de ótimos professores. A hora da matrícula era uma diversão. Poucas vagas para muitos estudantes. Coisa pública é assim mesmo. A grande maioria pegava logo as vagas de natação. Depois vinham os esportes de campo.
Quando resolvi pegar a tal disciplina, sobravam apenas as turmas de Futebol de Salão, que por ironia, não eram praticadas dentro de ginásio, e sim nas quadras de cimento, ao belo e saudável sol do meio dia! Estas foram as turmas que sobraram na semana da matrícula. Resolvi encarar o desafio, pois o horário estava livre mesmo. Imaginem, jogar futebol no cimento, do meio dia até as 13:45, sem sombra e muito menos água fresca. Aquilo era um belo castigo, isso sim. Mas obrigações existem mesmo para nos torrar a paciência. Estava lá, no primeiro dia de aula...
Um bando de "cuecas", já reclamando do sol, reunidos em volta do professor para as orientações iniciais. A grande questão era o formato da chamada e registro de presenças. Claro que iria rolar algum tipo de maracutaia para não dar faltas para aqueles mais sensíveis ao sol, tadinhos... Depois de todas as explicações, a turma foi se dirigindo para o meio da quadra, com a bola e aquele ânimo de sol torrante. Eis que observo uma bela jovem, de saia e top, com uma raquete na mão, sozinha na outra quadra, cercada por telas de arame...
Era uma quadra de Tennis, com uma professora e sem alunos! Chamei meu professor e perguntei se aquilo era uma miragem, ou seria uma aula de Tennis... Ele já colocou toda a maldade possível em uma mente masculina, e me levou para conversar com a professora. De fato, existia sim, uma disciplina de Tennis para iniciantes! Olha que maravilha! Poderia de fato aprender um esporte, sem pagar caro por isso. Conversamos por alguns minutos, acertamos as regras e horários. Eu deveria comparecer a todas as aulas com a professora, e desta forma, a minha lista de presença seria preenchida ao final do semestre, na turma de futebol torrante ao meio dia!
Foram aulas felizes, pois aprendi a jogar, e adorei o esporte! Sim, a professora era um charme, mas já tinha "dono", e no final das contas, meu objetivo foi duplamente atingido: fugir da turma do futebol no cimento, e aprender um esporte! Havia ganho uma raquete de presente, aos treze anos! E nunca havia procurado uma escola para aprender o jogo. Portanto foi aos 20 anos que fui inaugurar de fato, minha raquete. Ela foi companheira por vários anos, até ser substituída por uma bem mais leve! Tive sorte, de acordo com minha primeira professora, de não ter adquirido uma lesão, dado o peso da primeira raquete!
As aulas eram muito interessantes, pois eram teoria e prática no mesmo período! E para minha surpresa, apareceram outros colegas na mesma condição de iniciante. Enquanto os malucos do futebol eram entre 15 e 20, nós do Tennis éramos um seleto grupo de 4 atletas! E nossos jogos eram de dar dor de cabeça! Pois naquele sol, era fácil passar mal. Mesmo assim, as aulas eram ótimas, e jogávamos com disposição. Naquela época eu ainda não havia descoberto que era ambidestro. Logo, castigava somente o braço esquerdo para jogar. A precisão era enorme, mas faltava força nos golpes. Isso irritava meus adversários, pois eu os colocava para correr, e evitava troca de golpes! 
Ao final do semestre, eu já me considerava em condições de disputar partidas contra amadores, é claro! E tive algumas oportunidades para curtir partidas bem animadas, em quadras de saibro! Aprender em piso duro, e depois passar para a terra, é uma tarefa bem divertida! Aprendemos a nos movimentar com maior precisão, cálculo da velocidade e distância da bola também são aprimorados com a troca de superfícies. Considero um esporte muito mais técnico, plástico e divertido para jogar, do que todos os que aprendi antes: basquete, volei, natação, futebol de salão e futebol de campo. O ciclismo é outra história! Neste departamento, pratiquei apenas Moutain Bike amador esporádico.
Até hoje, mantenho o gosto pelo esporte das raquetes! Seja em simples ou em duplas. Prefiro jogar as duplas mistas, pois as mulheres são mais leais no jogo, e não tentam acertar nosso corpo de propósito! Confesso que as vezes, eu mirava nas orelhas de alguns oponentes folgados... Coisas de instinto competitivo. Acontece nas melhores ( e piores ) famílias nas quadras. Seja para jogar ou para assistir, Tennis é meu segundo esporte favorito. Perde apenas para o ronco dos motores de carros e motos!
Lamento que nesta terra de ninguém, o Tennis não é tratado como deveria.
Temos raras opções para jogar, sem ter que pagar caro por um clube.
Lá nos Pampas, conheci apenas um lugar com três quadras de saibro, gratuitos.
Aqui no reinado de Campinas, temos a mesma opção na Lagoa.

Fora disso, devemos ser sócios em clubes de milionários para poder jogar.
Mas este é o preço a pagar, para um país ainda em desenvolvimento.
Esportes são coisas para uma elite, infelizmente.
Saudades dos tempos daquele manézinho da ilha de Floripa, o tal Guga!

Carpe Diem!


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