quarta-feira, 27 de abril de 2016

Economia Informal

Questão de sobrevivência, ou futuro do trabalho?

Bom dia caros leitores de nosso objeto orbitante Red Planet Ex PEA!
Diário de Bordo Estelar #324 derivando nas ondas eletromagnéticas.
Aparentemente, existe uma espécia de senso comum, em relação ao desemprego.
Uma certa tendência indica que todos acham algum bico ou renda extra.

Tal consciência coletiva poderia advir do pensamento a cerca do "jeitinho brasileiro".
Lá fora, no "over seas", este povo da terrinha do 7x1, é conhecido por sua criatividade.
Estudantes de Economia, tinham curiosidade em saber como era viver com inflação.
Pessoas do meio empresarial, achavam que aqui, a luta por espaço era complexa.

De fato, em todos os lugares, é assim.
Mas em terras com maior disparidade entre distribuição de renda, o buraco é mais embaixo.
Além de políticas econômicas que não favorecem o desenvolvimento, temos a corrupção.
Esta tem seus representantes mais ilustres no governo, mas também no empresariado.

E a população em geral, não escapa de ser o espelho das coisas ruins.
Basta fazer um turismo pelo comércio informal, para tirar suas conclusões.
Os vendedores "informais" tem como regra, a mentira, o descaramento e sacanagens.
Ali podemos encontrar o verdadeiro comércio livre.

Mas cabe aqui um verdadeiro esforço de análise imparcial.
Sabemos que os consumidores adoram uma comprinha por preços mais baratos.
A famosa marca "MarBa"! ( os produtos Mar Baratos! )
Apenas devemos ter a ciência do fato que tudo o que custa pouco, pode valer bem menos.

Não podemos querer exigir qualidade ou mesmo durabilidade dos produtos informais.
Muitos podem ser clones das marcas originais, produzidos com insumos inferiores.
Em outros casos, podemos ter a sorte de adquirir um bem original, apenas sem encargos.
Nossa esperança, como consumidores, reside neste último caso.

Pensando no lado dos comerciantes ilegais, a lógica é simples: Lucrar o máximo.
Não é exatamente o mesmo objetivo de toda e qualquer empresa?
E isto vale em qualquer ambiente de Comércio Internacional.
Globalização é a prova disso.

A bronca fica por parte do Governo, que deixa de arrecadar milhões ou mais.
O alvo desta análise, é exatamente este: Mercados informais são prejudiciais?
Sob a ótica do grande coletor de Impostos, claro que sim!
Mas e se olharmos para o outro lado, o da Oferta e Demanda?

Se o mercado informal movimentar mais do que milhões, será algo positivo.
Pois este volume monetário será aplicado no Fluxo Circular da Renda.
De qualquer forma, irá gerar circulação de moeda, consumo de bens e serviços.
Afinal de contas, o vendedor de produtos Xing-Ling pode não ter pago impostos, mas vai pagar...

Não podemos esquecer de como é estruturada nossa carga de impostos.
O vendedor de mercadorias "ilegais", não pagou IPI para formar seu estoque.
Mas ele irá pagar toda a carga de impostos existentes ao consumir bens e serviços.
Este comerciante informal irá comer, beber, morar, ir ao cinema, comprar roupas, gasolina...

O "pilantra" que vende aparelho desbloqueado para ver TV por assinatura, causa problemas.
Claro que sim, para as operadoras do serviço.
Mas este mesmo operador clandestino irá permitir que mais pessoas tenham acesso.
E para o mercado de marketing, isso significa maior público alvo de suas propagandas.

Mas as operadoras também tem seus pés fincados na lama da sacanagem.
Elas recebem um abraço forte por trás, do governo, e amam isso!
Recebem favores fiscais e concessões para operar com margens absurdas de lucro!
E pagam um salário mínimo para seus instaladores de TV à cabo... Elas merecem os Miaus...

Seria muito interessante elaborar um modelo matemático para cada mercado.
Dados precisos seriam necessários, e não terei acesso à todos eles.
Infelizmente ficaremos no modelo teórico e abstrato por enquanto.
Cada produtor de bens e serviços, sempre irá reclamar do mercado informal.

Suas alegações sempre serão as de que vende menos ou produz menos por culpa dos outros.
Passei por experiência parecida com minha loja virtual, que naufragou graças aos informais.
Meus concorrentes buscavam mercadorias no Paraguai por 25% do preço que eu pagava.
Portanto seu preço de venda era 50% menor que o meu, e seu lucro era 100%.

Se eu fosse recomeçar minha loja, iria buscar o mesmo caminho que eles.
Não se pode ficar preso aos caminhos legais, quando a concorrência acaba com você.
A competitividade nos leva a achar o melhor meio de conduzir os negócios.
Esta pode ser a explicação do casamento perfeito entre governo e corporações.

Eles encontram meios de legalizar a maneira informal de conduzir suas operações.
Exemplos são os subsídios, concessões, licitações, propinas, fraudes fiscais, etc.
Já no mundo dos raladões, as coisas se resolvem pelo contrabando e pirataria mesmo.
No final das contas, todos estão fazendo uso das famosas "melhores práticas de negócios".

Se o Governo realmente ajudasse os pequenos e médios empresários, tudo seria diferente.
Para quem já teve a experiência de abrir uma empresa, sabe bem sobre o que me refiro.
Temos que pagar uma quantia enorme de taxas, antes mesmo de começar o negócio.
Já saímos no vermelho, graças ao grande amigo oculto!

Depois vemos os grandes empresários, de braços e calcinhas dadas com o governo.
Claro, pois eles não querem que os pequenos e médios cresçam!
Já basta para eles, terem que competir com os grandes!
O mercado informal poderia ser legalizado.

Mas vou colocar na conta do preconceito hipócrita dos ricos.
Eles, que fazem parte dos governos, desde sempre, não querem a companhia dos pobres.
Não querem ter que dividir um espaço na mesa do banquete.
Por isso existem tantas barreiras de entradas ao mundo dos negócios.

Não vemos neste país, uma política que encoraje os empreendedores.
Os grandes preferem que a maioria seja empregada e com baixo salário.
O que mostra o tamanho da ignorância econômica deles.
Ou puro egoísmo mesmo.

Se um país deseja ser desenvolvido, deve criar oportunidades para todos crescerem.
Caso contrário, viveremos sempre nesta merda de desigualdade social e econômica.
Trabalho, existe para todos, o que falta é condições para explorar o potencial de todos.
O Governo deveria apontar os caminhos e oferecer meios. As Empresas deveriam por em prática.

Um exemplo de como mudar o quadro de informalidade, está nos dentistas.
Eles exercem sua prestação de serviços, e não precisam emitir uma nota sequer.
Sua prestação de contas ao final do ano fiscal, é extremamente simplificada.
Se todos os demais setores adotassem a mesma forma, não precisaríamos ser informais.

Claro que para ser um dentista, custa caro!
Não basta pensar apenas nos cursos e graduações.
Abrir o consultório custa caro por causa dos equipamentos.
Com estes custos, a vida do dentista já não pode ser considerada tranquila.

Conclusão de toda esta derivação é que pagamos impostos demais, e não temos retorno.
Por isso, o melhor caminho para muitos, é permanecer na Economia Informal.
Poder prestar um serviço ou vender um bem, sem pagar impostos diretos é muito bom!
Não ter uma carteira assinada, sendo roubado na fonte, todo mês, é melhor ainda!

Se ao menos os impostos fossem bem administrados, e aplicados em melhorias...
Em países onde a carga tributária ultrapassa 50% da renda, ninguém reclama!
Aqui, pagamos algo em torno de 35% e achamos muito ruim...
Sou favorável à ideia do imposto único e pronto.

Todos deveriam pagar a mesma coisa, calculada de forma coerente, e ponto final.
Ontem tive um exemplo de informalidade.
Instalei o K9 no notebook de minha dentista.
Ninguém sentiu falta de uma nota fiscal de prestação de serviços.

O pagamento foi em espécie, à vista e já foi parar na conta bancária, para pagar contas!
Ou seja, o dinheiro circulou, acabou pagando impostos indiretos de telefonia e internet!
Se eu tivesse que emitir uma nota, iria ganhar 15% menos ou cobrar 15% mais caro.
Ou seja, não ficaria bom nem para o prestador do serviço e a cliente!

Façam um bem para vocês mesmos, evitem impostos mau intencionados.
Um exemplo é a contribuição sindical, em casos suspeitos.
Eu nunca mais paguei, e me recuso a pagar para o sindicato de processamento de dados!
Todo ano, enviam um "doc" para "arrecadar", sendo que nem tenho empregados! Sacanas!

Carpe Diem!


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