Depende da situação econômica...
Bom dia astrofísicos de plantão, Red Planet Ex PEA retorna à sua orbita!Diário de Bordo Estelar #313 hoje chega preocupado...
Claro que são os efeitos do passeio pelos ares Mineiros!
Nem sempre, visitar parentes, ocorre por simples lazer.
Cresci com várias definições, ensinamentos e teorias.
Uma delas era sobre família.
Achava que a grande vantagem de se ter vários irmãos, seria a segurança.
Um poderia cuidar do outro, e de seus filhos e netos.
Seria ótimo se tudo fosse tão simples assim.
Mas se a situação econômica geral da família não for boa? Como fica?
Neste caso, os mais velhos são os que irão sofrer mais, e mais cedo.
Minha avó teve 11 filhos, sendo 9 mulheres.
Hoje, 2 homens e 7 mulheres sobrevivem, infelizmente à duras penas.
Claro que nada disso é novidade para um país subdesenvolvido.
País este que conta com a maior parte da população, ainda lutando contra pobreza.
Mas aquela teoria de família grande, se ajudando, está sendo abandonada.
Pelo menos por este raladão que vos escreve.
Ao ver o estado de abandono que minha madrinha, a mais idosa de minhas tias.
Viúva, sem filhos, aposentada pelo estado, está longe de ter uma velhice confortável.
Em parte, resultado de suas próprias escolhas, mas ainda assim, não é justo.
Estamos acostumados com a frase: "Cada um com seus problemas"...
Mas não é nada agradável, quando acontece dentro de sua casa, de sua família.
Eu, por muitas vezes, era envolvido por revolta e rebeldia.
Cheguei a negar, mais de uma vez, que tinha família lá em MG.
Tenho minhas razões.
Sempre achei que meus tios e tias eram muito desligados com seus parentes.
Antigamente eu acreditava que era apenas comigo e minha mãe, por morarmos longe deles.
Deixei de pensar assim.
Ao ver o estado em que minha madrinha ficou, a revolta se consolidou.
Mas não os acusarei de serem pessoas cruéis ou imprestáveis.
Aceitarei a visão de minha mãe, ao contemporizar, dizendo apenas que é o "jeito" deles.
Cada um teve seus filhos, com uma exceção apenas.
Portanto todos tem que se preocupar com sua casa em primeiro lugar.
Depois, se sobrar tempo e recursos, irão tentar fazer alguma coisa pelos irmãos próximos.
Seria esta, mais uma falha da educação das últimas décadas?
O conceito de família estaria se resumindo apenas àquelas reuniões para comer e beber?
Se um membro da família passar por dificuldades, deveria ser esquecido como a maçã podre?
E como fazer para prover uma velhice mais confortável para os membros mais antigos?
Seria mesmo "cada um por si, e Deus contra todos"?
Fiquei cheio de preocupações e medos horríveis, com o que pude ver, nestes dois dias.
Logicamente, a primeira preocupação é como evitar que aconteça com minha mãe!
Ao ver minha madrinha, não posso deixar que o mesmo erro se repita!
Um idoso, jamais deveria ter que encarar seus últimos anos, sozinho e abandonado.
Especialmente se este idoso não estiver bem de saúde.
Quando passamos por nossa fase de aprendizado e crescimento profissional, não pensamos.
Pelo menos a maioria de nós, não está pensando desde cedo, em como se aposentar.
Em quanto de recursos iremos precisar para nos manter, e ainda mais uma família.
Parece que só aprendemos a pensar em nosso bem estar, individual...
Este pode ser o maior erro, em nossa sociedade e modelos econômicos atuais.
Pensamos apenas como indivíduos egoístas, materialistas e predadores.
Depois que o tempo passa, o peso da idade cai sobre os ombros, vem a dura realidade.
Se você não se preveniu, a casa irá cair e você estará sozinho.
Não vejo quadro mais triste para uma pessoa, ter que depender dos outros, no fim da vida.
Fiquei sim, preocupado e como de costume, a mente analítica nunca para de funcionar.
Agora, não me basta pensar em como encontrar renda, emprego, recursos.
Preciso pensar em como poder ajudar e cuidar de nossa "Terceira Idade".
Não podemos cair no erro de achar que o Estado irá cuidar dos aposentados.
Não neste país de merda!
Aqui, mal e porcamente os direitos civis são respeitados.
Nosso aposentado aqui, que se vire com bicos, ou ajuda dos filhos.
Nosso sistema de saúde já não ajuda os membros da PEA, imagine os aposentados.
Ontem, eu fui levar minha madrinha ao médico, e era um particular.
Ela teve que pagar R$ 200 por uma consulta, que ainda teve desconto por ser aposentada.
O preço normal teria sido R$ 280.
Se não fosse por nossa ajuda, teria saído mais caro, pois haveria o custo de um taxi.
Ela já não consegue andar direito, portanto não poderia pegar ônibus.
E os seus irmãos mais novos, não poderiam sair de sua rotina para levá-la ao médico.
Teve que ser a irmã e afilhado de Campinas, para fazer isso...
Sobreviver já não é tarefa fácil.
Pior ainda é se manter, com idade avançada, e sem ajuda apropriada.
Gostaria de viver em um país como a França, que cuida muito bem de sua população.
Parece que por enquanto, só resta torcer para que isso ocorra em uma próxima encarnação.
Pensei em parar de escrever por aqui, mas como o título do post, contém uma interrogação...
Vamos tentar deixar uma resposta.
Para envelhecer no Brasil, o melhor caminho é procurar guardar tudo que for possível.
Fazer uma aposentadoria privada é ótima idéia.
Além disso, não deixar-se cair em isolamento.
Faz bem estar cercado de pessoas que possam ao menos fazer companhia.
E tão importante quanto pensar em previdência, é cuidar da saúde.
A pior parte da vida, para se estar doente, é ao final da mesma.
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