Friday´s Tales #10: Feriados e Férias...
Happy Friday in deed to all, dear followers of our Red Planet Ex PEA!
Diário de Bordo Estelar #319 iniciando o segundo dia do suposto "feriadão".
Mais um daqueles dias inúteis, sem planejamentos ou aspirações.
Talvez seja melhor assim, do que achar que tinha algo planejado e não cumprido.
Agendas também servem para serem rasgadas e jogadas fora, ou atiradas em fogueiras.
Claro que para alguns, isso seria praticamente impossível.
Em meus melhores dias de universitário, meus colegas diziam que eu era escravo do relógio!
Tudo era anotado na agenda, tudo era planejado e seguido à risca!
Até mantenho o relógio no pulso esquerdo, como um velho hábito.
Haja visto que atualmente a maioria das pessoas usa o celular como relógio mesmo.
Independente do recurso escolhido por cada um, creio que todos estamos presos ao tempo.
Tudo acaba sendo medido, marcado, quantificado em horas, minutos e segundos.
E quando estamos neste estágio de "raladões", o tempo nos castiga, pois demora a passar...
Nestas horas, ficamos ainda mais atentos aos minutos que se arrastam ao longo do eterno dia.
Se fosse um dia em que tudo é festa, estaríamos reclamando que passou voando!
O tempo é igual para todos. O que muda é a percepção de cada um.
E quando o tempo parece estar horrível, jogando contra?
Onde estaria aquele maldito botão do "reset"?
Ultimamente, tenho procurado este para ver se alguma coisa melhora, começando do zero!
Vícios de quem programava demais, jogava muito e ainda joga.
Sempre podemos ter a opção de refazer, reiniciar algum jogo.
Seria bom se na vida, fosse a mesma coisa.
Só resta ficar imaginando realidades alternativas, bem mais interessantes.
Que sejam ótimas enquanto durem!
Pois logo que acaba a imaginação, temos que por os pés de volta nessa porra real!
Portanto, o que nos resta para fazer no maldito feriado estendido?
Lidar com a realidade, que por hora, é o que temos.
Sendo dia de contos no blog, vamos usar o botão de "rewind" mesmo...
Férias de 2004, as últimas!
Para aqueles que moram em lugares com inverno mais "macho", ir a praia está no primeiro lugar da lista de desejos, não apenas em feriados mas obviamente, nas férias. Este que vos escreve, sempre foi mais voltado para o trabalho, do que para diversão. Talvez pelo desgraçado e maldito fato de que eu considerava meu trabalho, um "hobby"! Eu simplesmente amava o que fazia, e portanto me divertia muito! Devido a isso, sair de férias, não era algo que fosse muito sonhado ou desejado. Afinal, eu adorava o dia a dia no "escritório"...
Mas eis que um belo dia, depois de quase dez anos sem saber o que eram férias oficiais, chegou a oportunidade de planejar uma viagem para a praia! E para quem morou no Sul, ir a pria era obrigatoriamente, ir para Santa Catarina. Valeu a pena! O local escolhido foi uma pequena praia chamada Itapema. Não era um dos lugares mais cheios e congestionados, como Floripa ou Camboriú. Portanto a decisão do lugar teve critérios bem ponderados. Alugamos uma pequena casa, duas ruas de distância da areia! Quanta preguiça! Mas férias são para isso mesmo! Descansar e usufruir do direito da preguiça.
Foram duas semanas de ansiedade, até o dia da viagem. Apesar de trabalhar muito, o raladão aqui ainda não tinha carro, portanto a viagem foi de bom e velho "busão" mesmo! O que não tirou a graça e empolgação do evento, sejamos honestos. Teria sido um porre, se fosse dirigindo por estradas congestionadas e cansativas. Horas de estrada depois, chegamos cedo, as 07:00 para pegar as chaves da casa. Era um legítimo acampamento, pois fomos em três ( isso mesmo, um casal de namorados e sobrinha! ), e cada um carregando um kit de roupas de cama, de praia e banho! A imobiliária que alugou a casa nos orientou (e alertou) para levar roupas de cama e travesseiros. A primeira tarefa de resistência foi esperar a imobiliária abrir, somente as 08:30.
Felizmente, depois de resolver a burocracia de assinar um contrato enorme, para alugar uma casa por 15 dias, tiveram a gentileza de nos dar carona até a casa. Nem era tão longe, mas foi ótimo não ter que caminhar cheio de tralhas, após o cansaço da viagem. A casa era ótima, com dois andares, churrasqueira! Que mais se poderia desejar para um período de férias? Malas e tralhas rapidamente desfeitas, e a casa já estava com cara de nossa! Uma vez viciado, sempre viciado em Playstation. Claro que o levei para passear na praia! Em 2004, ainda era o PS1 que foi bem utilizado nos dias de chuva! Passamos boas horas de jogo, Gaby ( a sobrinha da namorada ) e eu. O clima de férias era tão relaxante, que sequer perdi a calma ao ligar o PS1 na tomada de 220v e queimar o fusível do querido amigo!
Isso foi logo no primeiro dia. Tivemos a sorte de termos escolhido uma cidade bem organizada em termos de infraestrutura. A cada quadra, existiam farmácias, dentistas, imobiliárias, mercados, bares, vídeo-locadoras, e até uma assistência técnica para aparelhos eletrônicos! Foi a salvação do PS1, que apenas trocou o fusível, e voltou recuperado para "casa". Na rua da praia, existiam 2 shoppings, que a saída dos fundos, era direto na areia. Super prático. Até mesmo com a grande quantidade de argentinos pelas ruas, o local era super agradável (rsrsrs). A praia estava com água quase morna nos dias de sol. Tivemos um período de quase cinco dias de chuvas.
Não chegou a estragar o evento, mas assustou um pouco. Quando se olha o local, sob a ótica de turista, você acha tudo espetacular, pela quantidade de facilidades disponíveis. Mas aquela quantidade de prédios, comerciais e residencias, todos à beira mar, tem seu preço. E o preço fede! Nos avisaram que a água não era apropriada para consumo. Comprávamos galões de água, diariamente nos mercados. E quando choveu forte por três dias seguidos... vivemos uma situação de preocupação. Da sacada podíamos ver o mar de lama e merda boiando... Isso mesmo! O esgoto da cidade não comportava a quantidade de prédios e bastava chover, que tudo vinha à tona! E como fedia... Ficamos com receio de nem poder sair de casa, e sem saber até quando!
Mas o clima era de férias, tudo era festa, até mesmo quando o cheiro quase dava desespero! Precisei de apenas dois dias para "trocar de cor", o que matou de ciúmes, o público feminino da casa. Ao término dos primeiros cinco dias de férias, a prefeitura resolveu o problema do alagamento das fezes, e tudo voltou ao normal. Aproveitamos para passear e conhecer as praias vizinhas. E tudo sem precisar de carro. Existiam ônibus para percorrer um circuito de 5 balneários. A região era muito bem organizada para o turismo. O pecado mesmo era quando chovia. Nossa sorte foi que tivemos 10 dias de sol! O momento de grande empolgação foi um passeio de escuna. O ponto alto teria sido uma volta de helicóptero, mas o preço para voar por dez minutos era uma fortuna! Sequer foi cogitado.
Realmente eu estava no papel de marinheiro de primeira viagem, tanto pelo tempo enorme sem saber o que eram férias, e por total desconhecimento naval e marítimo. Achava que a tal escuna fosse um barco pequeno... Quando vi a altura daquele treco... pensem em nem ir. O passeio era sair de uma praia para chegar em uma pequena ilha. Outra surpresa, nem tanto agradável, foi a forma que aquilo se movia... parecia uma gangorra gigante! Balançava tanto, que saíamos dos bancos e flutuávamos no ar. Não parava de me imaginar boiando naquele mar frio, e possivelmente habitado por tubarões... Entendo agora porque tanta gente fala em "sea sick"! Não cheguei a passar mal, mas o susto foi grande. Foram 45 minutos de inquietação e balanços e até água na cara! As vezes dava a impressão que o barco iria mergulhar...
Quando paramos, foi o momento mico... várias crianças pularam direto na água. Eu fui olhar a altura que estávamos do mar... e não me senti nem um pouco a fim de dar aquele "pulinho". O mico estava se tornando gorila, quando a AVÓ dos muleques, se atirou daquele ponto... Fiquei por último, e o marinheiro ficava me provocando... Parei na borda, e o povo na água, gritando... Foram CINCO segundos de pânico até sentir a água nos meus pés... Sim, pulei daquela porra! Mais outros tantos segundos para sentir que voltei a respirar, boiando na água. Aprendi a nadar quando pirralho ainda, com seis anos. Sempre adorei praia e nadar no mar. Mas aquilo ali, não me agradou nem um pouco. A visão do casco do barco, e aquela altura me incomodava muito. Outra coisa que irritava, era não ver o fundo do mar... estava um tom verde escuro muito ameaçador. Parecia que alguma coisa iria nos puxar para baixo. Prefiro me atirar de um avião, com paraquedas! Mil vezes melhor estar enxergando para onde estou indo.
Na hora de voltar ao barco, outro momento de mau estar... não pude deixar de imaginar aquele casco de vários metros de altura, virando para cima de mim. Maldito filme Titanic! A cena do barco se partindo e afundando não parava de se repetir na mente! Nunca mais entro em uma merda daquelas! Se for passear de barco algum dia, só de iate, e pequeno! A estadia na ilha foi agradável, depois dos sustos na escuna. Aproveitamos bem o almoço e passeio nas trilhas. Para voltar, talvez por já estar mais familiarizado com a embarcação, parece que o efeito gangorra já não assustava mais. No final das contas, valeu a pena ter ido passear na ilha! A viagem como um todo valeu muito. Pude realmente descansar, e esquecer da rotina, do trabalho, de qualquer tipo de incomodação. Ainda bem que retornei bem do que foram as melhores férias, e últimas. Logo no primeiro dia em casa, a empresa me ligou, informando que não precisaria mais voltar ao prédio: estava demitido!
Vida de raladão é assim mesmo, as coisas boas, são bem aproveitadas, pois duram pouco.
As últimas férias oficiais, serviram de um repouso merecido.
Para logo no retorno, ter que encarar notícias ruins.
É o ciclo da vida, altos e baixos para sempre.
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