sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

One More Friday, February ending...

Friday´s Tales #2

Bom dia aos sobreviventes de mais uma semana, Happy Friday aqui no Red Planet Ex PEA!
Clima bom para passeios, caminhadas e viagens mentais.
Também é dia para continuar com as historinhas de sextas-feiras.
Tema de hoje, foi baseado em fatos verídicos.

Em situações de desespero, medidas desesperadas!
Tempos de desemprego são sempre tempos difíceis, sob vários aspectos. Nem sempre somos aquelas pessoas organizadas e prevenidas, que fazem bom uso do dinheiro, para acumular reservas, que servirão de apoio em momentos complicados. Pior ainda, fica para aqueles que gostam de gastar mais do que ganham no mês a mês. Aquela velha turma que considera os limites do cheque especial e cartão de crédito com parte do salário... Nestes casos, a casa está sempre à beira do precipício, prestes a cair. Mesmo com todos aqueles avisos de que um dia, a situação pode ficar ruim, teimamos em seguir consumindo tudo que vemos pela frente.
Todos sabem que o melhor momento para se procurar emprego, é quando estamos trabalhando. Podemos escolher, comparar, fazer charme, barganhar, fazer leilão de vagas, etc. Quem é profissional dos bons, sabe do que estou falando aqui. Alguns mais inocentes ou hipócritas, podem nos chamar de mercenários. Mas vamos ser honestos e cair na realidade. Empresas fazem este jogo sujo todos os dias! Porque os trabalhadores não podem fazer o mesmo, de vez em quando? Sempre tenho em mente, que temos que ter direitos iguais! Todos fazemos parte da roda que gira a economia. Empresas não fazem favor ao colocar vagas de trabalho! Elas também precisam de nossa força!
Em uma das situações em que tive que lidar com o desemprego, ainda era jovem no ramo! Não quero dizer inexperiente em idade, mas sim na situação de não estar devidamente alocado no mercado. Talvez fosse a segunda vez que estava sem trabalho. O momento era desfavorável, lógico, cheio de contas e aluguel para pagar. O desemprego nunca vem quando estamos preparados para a ocasião!  Era a primeira vez em que eu passava mais de três meses sem achar um trabalho! Aquilo parecia o fim do mundo. Acho graça quando lembro disso agora... afinal, já estou entrando no quarto ano e nada de aparecer algo... Mas, naquele tempo, era uma mistura de pânico com agonia! Eu não sabia aceitar o problema. Nestas horas, o desespero toma conta, e são grandes as chances de fazermos bobagens. Apareciam entrevistas, aos montes... bons tempos!
Mas veio uma proposta para mudar de estado... o receio era grande. Era uma vaga aparentemente boa, para o interior do interior de SP. Não havia moradia no pacote. Era uma proposta quase indecente pelo que vem a memória agora. Mas o perigo estava presente, na tomada de decisão. A mente não estava fria o bastante para raciocinar da melhor forma. As negociações duraram uma semana. O representante de uma consultoria de RH fazia os contatos. E as propostas, e suas condições. Não era um salário muito diferente do que eu estava acostumado. Mas, a situação fazia com que a proposta fosse tentadora. Plano de carreira? Uma incerteza total. O fato de eles não ajudarem sequer a encontrar uma casa para morar, foi um ponto muito negativo. Mesmo assim, aceitei a proposta. Cheio de dúvidas, insegurança, medo, era um tiro no escuro.
Até a negociação para o dia da viagem, foi difícil, pois a empresa se recusava a ajudar com as despesas. O profissional que se vire para viajar milhares de quilômetros para atender uma vaga de emprego... Este foi um impasse difícil de resolver. Depois de dois dias de espera, aceitaram pagar os custos da viagem, mas ainda sem a menor ajuda para sequer alugar um quarto na tal cidade de Barueri... Com muito custo, indicaram um hotel para hospedagem, que ficaria próximo da empresa. Já estava com todas as dúvidas do mundo, quando um último e-mail chegou... Dizia que eu deveria levar lençóis limpos e travesseiros, pois o hotel indicado não era de boa procedência... Aquilo pode ter sido a gota que faltava... para uma completa negação em relação à vaga.
Novamente, o desespero da situação fazia com que a lógica fosse deixada de lado. A cena mais clara foi a de estar saindo do quarto, com as malas prontas... e a sacola com travesseiros... o olhar angustiado de minha mãe no sofá, impotente frente a situação, com todas as incertezas possíveis. A porta aberta, não consegui me despedir. Finalmente deixei os instintos falarem mais alto. Logo eu que tenho tantas afinidades com Dr. Spock... Foi um passo para trás, e fechada a porta, vieram todas as explicações e justificativas. Ponderei bastante, e expliquei minha decisão de permanecer desempregado, e apostar em alguma das várias entrevistas que estavam em processo de análise. Foi um final de semana com ares de alívio por um lado, mais medo ainda por outro.
Na segunda-feira, foi o momento de avisar que havia desistido da vaga, e que estaria devolvendo o $ tão suado para negociar. O consultor ficou furioso. Neste momento, foi evidenciado como estas pessoas agem como traficantes de escravos brancos. Não existe o menor pudor em tratar os profissionais como meros insumos contrabandeados de ponto A para ponto B. Esta era a realidade. As empresas se instalam em cidades, onde o atrativo é o baixo custo de impostos. Se não existe mão de obra qualificada, não importa! Os profissionais é quem devem se sacrificar ao atravessar o país em busca de um emprego... Felizmente tomei a decisão certa! Não demorou mais que duas semanas, e estava empregado novamente!  Não havia sido daquela vez, que trocaria de estado por causa de uma empresa qualquer... isso foi acontecer em Nov/05.

Aqui foi mais um pequeno conto, verídico, das sextas-feiras.
Muitos profissionais já passaram por estas experiências de abandonar sua zona de conforto.
Mudar de cidade, por causa de emprego, é algo muito importante, e requer certeza!
Nem sempre podemos nos dar a este luxo, e optamos por aventuras...

Carpe Diem!

 
 
 
 
 

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