quinta-feira, 14 de julho de 2016

Desemprego: Teoria e Mitos

A crise dentro de casa

Bom dia, seletos observadores deste corpo espacial Red Planet Ex PEA!
Diário de Bordo Estelar #402 chegando após um pequeno "over sleep".
Dormir além do necessário faz uma bela merda no seu dia.
Você maximiza a preguiça, potencializa o mau estar e a cabeça pesa o dia inteiro.

Portanto vale a pena lembrar do ditado fofo: "Deus ajuda, quem cedo madruga".
Após vários dias de hibernação derivativa, eis que acordei com vontade de escrever ECO...
E o tema tinha que ser logo este?
Justamente o Mal que me aflige, por mais de quatro anos!

Desemprego, um dos grandes e graves problemas econômicos.
Vamos colocar este no mesmo patamar da Inflação, Recessão e Crise Cambial.
O tema é complexo, extenso e denso ao mesmo tempo.
Não tenho a pretensão de escrever neste espaço, um livro sobre desemprego.

Vamos apenas jogar uma luz sobre certos pontos interessantes, que nos são próximos.
Assim como em cada esquina, temos técnicos de futebol, temos gente entendida de Economia.
Portanto farei um pequeno esforço para não entrar nos termos técnicos e derivações teóricas.
Abordagem prática será a forma do texto.

Desemprego "is a bitch"!
Em termos econômicos, estatísticos ou mesmo geográficos, é alvo de estudos.
Chamam de deslocamento de massas de trabalhadores entre PEA e PNEA e por aí vai.
Até o próprio significado de PEA tem lá suas obscuridades entre Economia e Geografia.

O trabalhador desempregado, ainda pode ser considerado integrante da PEA.
Particularmente, não gosto desta definição.
Prefiro abordar a questão pelo lado simples da Renda!
Se você está gerando alguma Renda, ou capacidade produtiva de Consumo, você é PEA!

No meu caso, só estou gerando Despesas mesmo.
Por isso me considero um Ex PEA!
Nos termos oficiais, mesmo um desempregado faz parte da PEA, porque ele é mão de obra!
E como tal, PODERIA estar sendo utilizado como força produtiva.

Honestamente, prefiro interpretar esta pequena formatação como manobra para manter um modelo.
Na explicação formal da PEA, são somados os empregados e desempregados.
Na humilde interpretação do raladão aqui, prefiro isolar o desempregado sem renda da equação.
Para os olhos do IBGE, a definição formal é boa pois "fecha" os modelos estatísticos.

Claro que como todo conceito em Economia, devemos considerar a posição temporal.
A partir do momento em que realizo um pequeno trabalho, como uma assistência técnica...
E sou remunerado, mesmo que pontualmente, passo a integrar a PEA por instantes!
Pelo menos até consumir aquele pequeno pagamento, mesmo que sejam R$ 200 por atendimento.

Considerando os parágrafos acima, já pode ficar claro, porque o Desemprego é um tema complexo.
Exige vários pontos de vista, explicações e teorias diversas para explicar o problema.
Desemprego consiste em diversidades na conjuntura, falhas humanas, crises, variações cambiais...
Já é tarefa complicada, explicar porque UM indivíduo perdeu seu emprego...

Imagine então, nossa querida Macroeconomia ter a tarefa Hercúlea de explicar e medir tudo!
Em teoria, Desemprego é a movimentação do capital humano entre postos de trabalho.
Esta massa de empregados passa a estar disponível, em dado momento, para ser realocada.
Não fica bonito, quando colocamos sob esta forma teórica?

Se torna feio, e passa a cheirar mal, quando vemos o tamanho das filas de desempregados!
Fica ruim, quando cidades inteiras são afetadas por demissões em massa.
Fica trágico quando o resultado negativo é exponenciado para danos familiares.
E tudo piora quando o reflexo vem nos aumentos de taxas de violência, roubos, suicídios, etc.

Neste patamar, de prejuízos sociais, entra o papel de moderador do Estado.
Não vamos fazer confusão com aquelas idéias de que o governo tem que "arrumar" empregos.
Quando vemos um político ( ou todos ) fazendo campanha nos palanques, eles mentem!
O candidato irá dizer tudo aquilo, que sua equipe o manda dizer.

A equipe do partido irá pagar profissionais, para levantar o que o povo mais pede.
E desta forma, irão elaborar o discurso inflamado que o político irá profanar às massas!
Depois de eleito, claro que as coisas não serão lá bem assim.
Um candidado à presidente não pode garantir emprego, saúde e segurança para ninguém!

Estas tarefas, são de responsabilidade das instituições públicas.
Universidades, Hospitais e Segurança pública já existem, independente das promessas.
Cabe ao governo, administrar os recursos públicos, "a nossa grana", para prover os serviços.
Não está entre as obrigações do Estado, GARANTIR Pleno Emprego para a população.

Podemos e devemos sim, cobrar condições de educação e saúde e segurança.
Para isso pagamos impostos.
Já as ofertas de empregos, não podem ser cobradas do governo.
Muita gente, até hoje, se ilude com isso.

Eu não posso culpar um governo, se a empresa que me demitiu, quis cortar gastos.
Em dado momento, poderia culpar minha gerente imediata, clientes ou até EU mesmo.
Naturalmente culpamos um governo, se a crise é utilizada como desculpa para tudo.
Empresas não contratam mais, por causa das retrações dos mercados, etc...

Achar desculpas ou explicações superficiais, sempre é o caminho mais fácil.
De fato, trocar de emprego, ou mesmo de área de atuação, é algo pertinente ao trabalho.
É uma questão de adaptação e sobrevivência.
Se uma fábrica fecha as portas, todos os operários terão que "se virar" para manter suas famílias.

Portanto, é Mito, achar que qualquer governo deve nos dar um posto de trabalho.
Fato é que devemos nos adaptar às realidades do mercado.
Se ninguém mais me quer como gerente de projetos, o que fazer?
Se as empresas se recusam a pagar um salário que eu ganhava em 2012, ferrou tudo?

De fato, as médias salariais estão em forte declínio.
Em 2005, o salário médio de um analista pleno em TI, era de R$ 4250.
Em 2016, já oferecem a famosa CLT Flex, de R$ 1200 na carteira, e talvez uns R$ 1500 "por fora".
A estes reflexos, colocamos a culpa na conjuntura.

Se as empresas, de forma geral, não conseguem aumentar receita ou produção, elas cortam custos.
E o salário, junto com insumos, é o primeiro lugar a se procurar reduzir custos.
Naturalmente, os movimentos das massas sofrem impactos.
Sempre vai aparecer aquele "merdinha" que se "vende por menos".

Em exemplos mais raros, acontecem situações do mesmo empregado se sujeitar a receber menos.
Já passei por isso, e posso dizer que é uma desgraça!
Ou o profissional aceitava ganhar a metade da grana, para fazer o mesmo trabalho, ou rua!
De qualquer forma que façamos uma análise, a situação é de Opressão e Revolta.

Estar desempregado, é revoltante, da mesma forma que estar "subempregado".
Trabalhar, para ganhar menos do que você sabe que vale, é angustiante.
Antigamente, muitos poderiam dizer que bastaria procurar outro lugar.
Atualmente, isso já não é verdade.

Vemos uma dificuldade grande em trocar de postos de trabalho.
Não é apenas o desemprego, mas também a baixa qualidade nas condições oferecidas.
Nestas horas, iremos correr para quem ? Sindicatos? Cunhas? Temers?
Na verdade, na hora do desespero, costumam vir as burradas.

Acabei escrevendo mais do que imaginara...
Arrematando, o desemprego é parte do processo econômico.
Quando atinge um grande percentual da PEA, medidas se fazem necessárias.
Nestas horas, o Estado deve entrar em ação!

Investir em determinados setores, é o caminho para amenizar crises de emprego.
Mas o mais importante, é investir na educação e capacitação tecnológica.
Desta forma, poderemos produzir uma mão de obra qualificada, para ser absorvida no mercado.
Caso contrário, teremos um prejuízo em capital humano, incalculável.

Não podemos esquecer de uma parte importante!
O governo deve estar em condições de equilíbrio com seus gastos.
Se o déficit público continuar descontrolado, irão faltar recursos para setores necessitados!
Não teremos condições de recuperar ou sequer investir onde for preciso.

Pensando neste quadro geral, vejo que é cada um por si.
O desempregado precisa mesmo se virar para sobreviver.
Se não aprender novas formas de alocação, não irá sair do buraco.
Já está valendo até mesmo, inventar currículos fantasiosos para cada oferta de emprego!

Infelizmente, outra mudança se faz necessária pelo lado das empresas.
Muitos profissionais capacitados são ignorados por critérios cretinos.
Existe uma mania que infesta as consultorias de RH, de recusar pessoas por CPF negativado...
Neste caso, vemos um problema cultural, além do conjuntural.

Carpe Diem!



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