Friday´s Tales #18: Movimentos Migratórios
Bom dia aos ilustres observadores de nosso Red Planet Ex PEA!
Diário de Bordo Estelar #382 chegando novamente ao sol e cedo!
Poderia ter sido mais cedo ainda, pois antes das 22:00, o escritor já dormia.
Nestas alturas, já estou até cansado da cama.
Já considero que é chegada a hora.
Voltarei a pedalar na faixa das 07:00 - 08:00.
Emprego que é bom não aparece mesmo, então vou tratar do corpo.
A mente, já flerta com a insanidade faz tempo. Melhor é pensar menos e agir mais.
Mas até que o dia de pensar mais com os músculos chegue, vamos à conjuntura!
Tenho visto uma multiplicação de cartazes nesta cidade.
Para todo lugar que se olhe, lá está uma placa dizendo "Vende" ou "Aluga".
Em muitos casos, temos as duas placas no mesmo local.
Movimento migratório? Para onde?
A curiosidade sempre foi um traço presente neste ser pensante, que gosta de escrever.
São várias residências, que desaparecem para dar lugar a prédios comerciais.
Em alguns casos, quarteirões inteiros foram varridos, para construção de condomínios.
Tal fato também está ocorrendo em residências de milionários.
Em um bairro próximo daqui, pois o vejo da janela mesmo, várias casas estão vazias.
Impossível deixar de seguir o raciocínio abaixo...
Se está ficando ruim até para esta gente cheia de grana... imagine para os raladões!
Após aquele evento "Tornado Surpresinha" que andou varrendo casas por aqui...
Várias daquelas casas de hiper ricos, começaram a ser reformadas no dia seguinte.
Enquanto que outras, nas mesmas ruas, já apareceram com muros novos e as placas...
Nestes casos, os antigos proprietários podem ter ficado traumatizados.
Mas a grande maioria, já havia se mudado antes do evento soprante.
Quando vemos os ricos dando no pé, logo imaginamos para onde poderemos correr?
Óbvio que raladão não corre pois não tem como pagar a própria mudança.
Portanto este exercício se torna fútil para os Ex PEA!
Seria o Iptu que anda afugentando os moradores destes bairros caros?
Seria apenas a falta de recursos mesmo, para manter seu padrão alto de vida?
Será que descobriram um lugar chamado "Paradise City" e se mandaram?
A curiosidade matou o gato...
A última Mudança
Faz um bom tempo já, as vezes acho que começarei a esquecer dos detalhes. Mudar sempre foi algo presente em nossas vidas. Até parece que sou filho de militares, o que está longe de ser o caso. Mas a quantidade de passeios foi grande, entre estados deste país sem rumo. O tempo se acumulou tanto, que até alguns detalhes foram distorcidos por minha própria mente. Por muito tempo, achava que havia morado em um lugar por alguns anos, e na verdade foi por menos tempo, e em outro local. Nossa mente apronta com a gente. E a memória também falha...
O nascimento foi em São Paulo, capital, naquele Dezembro de 73. Logo fui parar em Pouso Alegre, Minas Gerais por mais alguns anos. Lógico que não lembro de nada! Próxima parada foi em Brasília, DF. Quem diria... eu naquela terra de bandidos. Talvez eu devesse ter me tornado um deles... Talvez em algum universo paralelo, eu seja mesmo! Sempre achei que havia morado em Brasília com 5 anos. Na verdade foi dos 3 aos 4. Próxima parada foi a praia de Rio de Janeiro. Ali foram mais anos do que eu achava. Novo truque da memória. Dos 5 aos 7 fiquei em praias cariocas, passeando entre Flamengo, Leblon e Copacabana. Imagino se não tivesse saído dali... Estaria eu falando "merrrrrrmão" até hoje? Cruzes!
Minhas primeiras lembranças são mesmo de DF, onde passeava de carro oficial de um dos seus Generais. Lembro de ter estragado o puxador da porta... me amavam por isso! Ops, novo lapso. Existe sim, algo mais recente do que isso. Lembro de estar no colo de alguém, olhando a janela do prédio onde morei, ainda em Sampa. Mas pode ser lembrança ou imaginação. Já não confio mais neste cérebro mesmo! Sei que foram tempos divertidos no Rio. Adorava praia, e disso, sinto saudades. Poder sair de casa, caminhando até a areia, é muito bom. Eram tempos onde ainda se podia fazer isso naquela cidade. Fui completar 8 anos no Sul. Terra do churrasco, onde passei mais de 24 anos. Naquele território, foram várias mudanças, de endereço e não mais de cidades ou estados.
Mesmo assim, era uma tortura, a cada nova casa ou prédio, empacotar tudo, quebrar coisas, perder coisas, arrumar coisas, montar armários, haja saco! Mas em algumas situações, a mudança era para melhor. Em outras, não era muito animadora. Fica a impressão que fui destinado a viver entre dois mundos. Dois polos distintos mas ainda assim interligados. Morava com ricos e pobres com tanta frequência, que foi possível criar uma identidade própria, sem pertencer a nenhum dos mundos, pelo menos intelectualmente. Pois financeiramente falando, os pés sempre foram bem firmes na terra dos raladões. Gostava de teatro com orquestra completa, odiava pagode, aprendi a jogar tennis, adorava futebol de campo, e só faltou por as mãos em um Kart na infância ou adolescência.
Mudar tantas vezes tem seu lado positivo, na aquisição de experiências, convívio com mentes diferentes, realidades bem distintas, situações extremas e opostas entre seus personagens. Disso resulta um aprendizado que o tempo não apaga. Nos permite atingir uma compreensão de realidades diversas e adversas. Entender as óticas daqueles que só olham as coisas de cima, e daqueles que estão no subsolo, tentando respirar. Mudar realmente faz bem, desde que possamos aprender com o processo. As aventuras nos Pampas terminaram em 2005. Não adianta querer achar que poderia ter sido diferente. Claro que cada decisão tomada, altera o curso de nossas vidas. Qualquer mudança, traz sempre o fator imprevisível, o risco, a aventura, a fuga ou desespero.
Se não encontramos uma razão ou justificativa lógica para os fatos passados, ficamos com a velha frase do "Aconteceu porque era para acontecer". A última mudança ocorreu para Campinas, SP onde pude viver melhor sob o aspecto financeiro até 2012. Foram seis anos de real prosperidade. Afinal de contas, a casa própria e o primeiro (e talvez único?) carro foram conquistados. Ficaram as saudades das pessoas, do frio e do churrasco. Aqueles tempos de gre-Nal e as partidas de tennis no saibro, o sotaque das "gurias". Lógico que saudades ficam de tudo o que era considerado bom. Acredito que este pode ser o primeiro efeito ou subproduto de qualquer mudança: saudades.
Esta cidade ( Campinas ) já é a segunda em termos de tempo de permanência, entre todas as que conheci e fixei residência. Seria esta a última? Na atual conjuntura, sou obrigado a dizer que honestamente não sei. Adoraria voltar aos tempos em que eu era o senhor absoluto dos meus atos e podia sim, decidir sobre meu futuro. Hoje, ainda estou distante deste patamar. Quero retomar este poder, o quanto antes. Se for preciso uma nova mudança geográfica, paciência. O que não desejo é ter que mudar contra a vontade, ou que o destino seja um lugar pior em relação ao atual. Toda vez que vejo uma placa daquelas, "Vende e/ou Aluga", pinta um belo frio na espinha, imaginando se terei que passar por isso novamente...A grande curiosidade permanece...
O que nos espera no dia seguinte?
Como planejar ou preparar o nosso futuro?
Aos 20 anos, pensamos que temos todas as respostas...
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