Não basta saber ler os números...
Boa tarde, prezados seguidores do Red Planet Ex PEA!
Saber ler é de suma importância na vida de qualquer um.
Nossa história é a maior prova disso.
Se não fossem por escrituras, o homem não saberia nada sobre passado.
E também não poderia transmitir conhecimentos sem a escrita, através dos tempos.
Nossa ciência preferida, a Econômica, não teria nascido nos campos ingleses, sem ela!
Aliás, mais um motivo para amar a Inglaterra!
Salve Adam Smith!
Mas saber ler não resolve nada, se não soubermos interpretar o que estamos lendo.
O domínio de qualquer idioma, requer também a capacidade lógica de processar informações.
Analisar e interpretar, nos permite aprender e compreender idéias, teorias e dados brutos.
Quem estuda estatística, sabe muito bem disso.
Fatores importantes neste processo de aprendizado, são o talento e capacidade de um professor.
Por quatro semestres sofridos, penei, pastei e comi o pão que o demo amassou.
E não havia jeito de compreender aquela porra chamada de Estatística!
Nosso professor era uma merda, em todos os sentidos.
Tão calhorda, que vinha bêbado para dar aulas.
E na hora de aplicar provas, ele não era homem o bastante para aparecer.
Vinha um colega do departamento de matemática, aplicar as provas.
Turmas inteiras eram reprovadas.
Era um fenômeno a ser observado no campus.
Na época das matrículas, todos se amontoavam na frente dos quadros de professores e matérias.
Ninguém queria se matricular nas turmas de estatística, daquele doido varrido.
Eu tentei duas vezes com ele, e fui reprovado nas duas.
Adquiri um ódio por estatística.
Por um simples motivo: não conseguia interpretar, entender a utilidade daquilo!
E a causa desta dificuldade estava em ter um professor cretino.
Simplesmente não recebíamos a informação de como fazer uso daquelas fórmulas e cálculos.
Faz uma falta enorme para a compreensão de algo, visualizar a sua aplicação prática!
Quase dez anos depois, fui ter uma nova experiência com a matéria.
Desta vez, veio um ECONOMISTA, lecionar a disciplina de Estatística.
Quanta diferença!
O professor simplesmente arrasava nas aulas, partindo primeiro para a prática.
Depois, vinha ensinar como se chegava ao resultado desejado.
Assim pude descobrir, e me encantar com Estatística, e descobrir outra área super interessante.
A Econometria! É a parte da Economia que utiliza programação e estatística para analisar dados!
Em outras palavras, era o paraíso que eu buscava para consolidar a união entre Economia e Sistemas.
Fiz questão de comprar livros de Econometria e Estatística aplicada para Economistas.
Aquilo é uma maravilha!
Desta forma, podemos obter um ótimo rendimento no aprendizado.
E claro, aumentou mais ainda meu tesão por Excel!
Toda esta parte introdutória, para chegar ao tópico de hoje!
Estatísticas for Dummies, é uma referência aqueles livros amarelos da série "for Dummies".
Em tradução livre, seria "para burrinhos"!
Hoje, li em um jornal de circulação local, a seguinte matéria:
Planos de saúde perdem 45 mil clientes...
Por curiosidade, fui ler o conteúdo.
No texto, o autor relata números indicando que planos de saúde perderam este número de clientes.
Para os "Dummies", a notícia poderia fazer até sentido.
Mas vamos analisar mais de perto a questão.
Qual a serventia de uma notícia destas?
Para que serve, um texto dizendo simplesmente, dados estatísticos sobre redução de clientes?
Todo Estatístico sabe, que ao produzir uma tabela de dados, deve apresentar o texto explicativo.
Pois bem, esta matéria não apresentou nada além dos dados numéricos.
Portanto, para os Economistas de verdade, qual seria a real interpretação da matéria?
Ao ler, que entre Março e Setembro de 2015, planos de saúde perderam 42 mil clientes...
Ficou muito fácil de ponderar, haja visto que o texto da matéria não forneceu uma análise...
Que o fato de conjuntura econômica implícito na matéria, era na realidade, 42 mil DEMITIDOS!
Devemos ler, interpretar e raciocinar sobre os dados apresentados.
E como a matéria não fez sua parte, vamos fazer a nossa!
Os planos de saúde, provavelmente, não tiveram 42 mil clientes, rescindindo seus planos.
Está muito mais na cara, que este número foi de pessoas que perderam seus empregos neste período.
Desta forma, estes ex- funcionários ficaram, naturalmente, sem plano de saúde.
A matéria trata da região de Campinas.
A frase que deu título para a matéria poderia falar em queda de emprego, por exemplo.
Mas talvez seu editorial não estivesse a fim de por mais lenha na fogueira da crise.
A fonte dos dados foi a Agência Nacional da Saúde, portanto eles preferiram não arriscar.
Compreensível, pero no mucho!
O texto da matéria tende a evidenciar uma crise no setor da Saúde.
Eu já interpreto como um desvio do problema real.
O desemprego é que resulta em quadros de efeitos colaterais, como a redução dos 42 mil clientes.
Ler é muito bom, interpretar sob várias óticas e ler nas entrelinhas, é melhor ainda!
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